segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Morte: Um produto que dá IBOPE


Desde que o jornalismo passou a ser segmentado, em meados dos anos de 1960, a cobertura do setor policial é questionada quanto ao seu posicionamento na abordagem da informação. Correntes da sociedade, entre elas, o próprio jornalismo, questionam a ética desses profissionais. Veículos como o extinto Jornal Notícias Populares do grupo Folha de São Paulo, que circulou entre 1963 e 2001, recebia severas críticas ao publicar manchetes como: “Para salvar a filha, mãe cai de boca no taradão”, “Deu um barro e morreu”. Já o jornal Hora H do Rio de Janeiro no início de 2008, para noticiar que uma mulher havia sido presa quando tentava entrar em um presídio com 72 papelotes de cocaína nas partes intimas, publicou como manchete: “Que Vaginão, Heim?”. Em outros casos, aproveitam o deslize de homônimos de gente famosa para vender mais jornais. Como por exemplo: “Xuxa é presa furtando em loja” “Pelé é flagrado com carro roubado”.

Procurar sensacionalismo na setor policial parece fácil, basta lembrarmos do caso Isabela Nardoni uma criança de cinco anos, que morreu após sofrer queda da janela do apartamento do sexto andar de um edifício na cidade de São Paulo, onde o pai dela e a madrasta moravam, em 29/03/2008. O pai, Alexandre Nardoni e a companheira Ana Carolina Jatobá, foram acusados pelo crime.

O caso chamou a atenção da grande imprensa nacional. No dia 11/04/2008 o site Folha Online informou que a rede Globo, apenas para a cobertura do Jornal Nacional “mobilizou 18 repórteres, oito produtores e 20 cinegrafistas" para cobrir o caso! Naqueles dias, só os pontos de audiência interessavam, comprovado na matéria veiculada pelo site Folha Online no dia 14/08/2008. Já “a audiência do "Balanço Geral", da Record, cresceu 25%”. Morte parece um produto muito rentável para a Mídia.
Imagem: Retirado do blog Biosweb

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa Morte poderia estar no banner de vcs.